Condenada por matar enteado em Dourados é achada morta no presídio de Corumbá
julho 7, 20236:50 amDetenta identificada como Jéssica Leite Ribeiro, de 26 anos, que cumpria pena no Estabelecimento Penal Feminino Carlos Alberto Jonas Giordano, em Corumbá, foi encontrada morta, em uma cela, na noite de quarta-feira, 05 de julho.
O Diário Corumbaense apurou que Jéssica, chegou ao presídio em agosto de 2018, quando veio transferida de Dourados. Ela foi presa após matar o enteado de um ano e meio.
O boletim de ocorrência 3047/2023, o qual a reportagem teve acesso, informa que peritos da Polícia Civil encontraram um caderno de Jéssica, e, em uma das folhas, ela escreveu iria se suicidar.
Em nota, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), informou a este Diário, que irá apurar as circunstâncias da morte. Ainda de acordo com a Agepen, Jéssica dividia a cela com outras duas internas (que estavam dormindo, segundo elas) e quando viram, ela já estava morta, por enforcamento, por volta das 23h10, e acionaram a equipe de segurança.
A perícia técnica foi chamada e todos os demais procedimentos de praxe foram realizados.
O caso
Jéssica Leite Ribeiro é ex-lutadora de MMA. O crime ocorreu no dia 16 de agosto de 2018 em Dourados. Em 10 de março de 2020, ela foi julgada e condenada a 17 anos e seis meses de reclusão em julgamento que durou 15 horas. Entretanto, como Dourados não possui presídio feminino de regime fechado, ela cumpria pena em Corumbá.
Ela foi denunciada por homicídio qualificado por meio cruel, acusada de ter pisado propositalmente no enteado e ter incentivado a irmã dele, de 3 anos, a apertar a barriga do menino acreditando que ele chorava por estar constipado.
Ainda em 2020, a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul pedindo novo júri, mas a 1ª Câmara Criminal negou, por unanimidade, a anulação do julgamento por júri popular.
“A vítima, obviamente, não cessava o choro, no que a ré ajoelhou-se, apertou com muita força a barriga, flexionou-lhe as pernas, pisou-lhe nas costelas, pedindo, a todo tempo, para a menina apertar a barriga do irmão. A criança, já no colo da ré, suspirou e morreu”, afirmou o Tribunal. “Se comprovou que o meio impingido prolongou em demasia o sofrimento da criança, além de ter exposto sua irmã a uma cena de horror inesquecível”.
Além dos hematomas na cabeça, constatados por socorristas do Samu (Serviço Móvel de Urgência), a criança teve trauma no tórax e laceração no fígado, que comprovaram as agressões. A causa da morte foi choque hemorrágico provocado por agressão externa.
Fonte: Diário Online