Polícia Científica e Agepen coletam material genético de 300 internos em Corumbá
julho 28, 20256:00 amA Polícia Científica de Mato Grosso do Sul (PCiMS), em parceria com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), realizou na última quarta-feira (23) a coleta de 300 amostras biológicas de detentos com sentença condenatória em Corumbá. A ação ocorreu nos Estabelecimentos Penais Masculino e Feminino da cidade.
Os perfis coletados serão inseridos no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG), ferramenta que auxilia na elucidação de crimes ainda sem solução. A coleta foi feita em detentos condenados por crimes hediondos, como homicídio, estupro, feminicídio e roubo com violência.
De acordo com o coordenador-geral de Perícias da PCiMS, José de Anchieta Souza Silva, o uso da genética forense reforça o papel da ciência na responsabilização penal. “A inserção de dados genéticos transforma o trabalho pericial em uma ferramenta ainda mais efetiva. É um exemplo claro de como a tecnologia, aliada à atuação técnica e coordenada, pode acelerar respostas e ampliar o alcance das investigações em todo o país”, afirmou.
A operação contou com a participação de 18 servidores da PCiMS — 13 peritos criminais, dois peritos papiloscopistas e três agentes de polícia científica. A equipe do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (IALF), da Capital, foi reforçada por profissionais da Unidade Regional de Perícia e Identificação (URPI) de Corumbá. O trabalho contou ainda com o apoio de 14 policiais penais, que garantiram a segurança e o suporte logístico durante as coletas.
Ferramenta estratégica auxilia na identificação de autores de crimes ainda sem soluçãoSegundo a diretora do IALF, perita criminal Josemirtes Fonseca Prado da Silva, a ampliação do banco de dados genéticos tem contribuído significativamente para a solução de crimes. “Essas informações, tratadas com rigor técnico e sigilo, permitem identificar autores, excluir inocentes e conectar casos em diferentes regiões do Brasil”, explicou.
A coleta de DNA está prevista na Lei Federal nº 12.654/2012, que determina a obrigatoriedade da medida para condenados por crimes violentos ou hediondos. O cruzamento de perfis com vestígios encontrados em cenas de crimes tem proporcionado avanços relevantes nas investigações.
Para o diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, a integração entre os órgãos é essencial. “Essa ação não apenas cumpre uma exigência legal, mas representa um avanço no combate à impunidade. A parceria fortalece o sistema prisional como parte do aparato da segurança pública”, destacou.
Mato Grosso do Sul integra a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, e figura entre os estados com maior número proporcional de perfis cadastrados. A atuação contínua da PCiMS, em parceria com a Agepen, reforça o compromisso com a verdade, a justiça e a segurança da população.
Com informações da Secom/MS.